A atuação da mídia no cenário político brasileiro atual.
Atualmente, o Brasil passa por um momento crítico e instável com relação a sua politica e até mesmo com sua jovem democracia. No dia 12 de Maio deste ano, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff passou pelo senado com a maioria dos votos a favor e colocou no poder, como presidente interino, Michel Temer. Este, dizendo-se o porta-voz da vontade popular, foi o responsável pela articulação do impeachment. Este longo processo gerou grande indignação da parte de uns e a satisfação de uma parcela da população que pensava estar sendo prejudicada com as práticas do governo Dilma e seus financiamentos a programas sociais, alvos de perseguição, como o Bolsa Família, etc.
Neste processo, a mídia teve uma forte participação usando sua influência para exaltar um lado e agredir outro. Acontece que, em momentos assim, há falta de representatividade para o povo, que é usado por esses mecanismos midiáticos manipuladores como massa de manobra, sendo, assim, conduzido pelos interesses de terceiros. A ocorrência deste fato contribuiu para que a esquerda, unida contra o impeachment, perdesse o apoio de brasileiros cansados por não terem suas reivindicações atendidas, como disponibilidade de empregos (estamos presenciando uma taxa elevada de desemprego, atingiu 10,9% no trimestre móvel encerrado em março último). Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT (Organização Internacional do Trabalho) cita a diminuição da demanda externa, em especial da China, e a queda nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional) como fatores que contribuíram para o aumento desta taxa. Além disso, o país passa por uma crise política interna que atinge a economia, pois a abertura do processo de impeachment paralisou os meios para melhorar o cenário econômico.
A manipulação midiática está presente, por exemplo, na distorção destes fatores que representam as causas da crise econômica, culpando, muitas vezes, um único partido por toda essa catástrofe. Podemos citar aqui meios de comunicação que praticam estes atos, como a revista Veja, que deixa explícito o “favoritismo” da mídia ao atacar com exclusividade o PT, partido do qual a presidente Dilma faz parte, e suavizar ou até mesmo manipular termos quando se trata de partidos de direita, como o PSDB, propagando uma ideologia exclusiva e partidária.
Fontes: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-04/desemprego-cresce-para-109-e-atinge-11-milhoes-de-pessoas
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-05/crise-internacional-e-problemas-internos-sao-causas-do-desemprego-no-brasil